Volta do frio aumenta casos de gripe no PA do Patronato; 50% dos atendimentos em crianças são por problemas respiratórios

Foto: Thais Immig

Leiane Rodrigues, 32, é enfermeira mas, desta vez, não foi ao pronto atendimento para trabalho. Sintomas como tosse, febre e coriza fizeram com que as filhas Lauren, 3 anos, e Emily, 14, tivessem que procurar consulta médica. Cenas como essa têm sido cada vez mais comuns no Pronto Atendimento (PA) Municipal Flávio Miguel Schneider, no Bairro Patronato. A volta do frio aumentou os atendimentos em casos de doenças virais, como a gripe. O tempo de espera varia, mas em alguns casos, pode ultrapassar duas horas.


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A queda da temperatura, que chegou a marca de 0°C nos primeiros dias de julho, aumentou a procura por consultas no pronto-atendimento. Em junho, a porcentagem de pacientes, entre adultos e crianças, com problemas respiratórios foi de 27%. Já no recorte dos atendimentos realizados em crianças, esse percentual sobe para 50%. Conforme o pediatra Douglas Dunsch, que atendia na manhã desta quarta-feira (3) no PA do Bairro Patronato, casos de gripe ou resfriado são cada vez mais frequentes desde o início do inverno. Sintomas como tosse e febre têm levado as crianças ao atendimento.

Percebemos um aumento em casos de influenza, resfriados e crises asmáticas que são doenças respiratórias associadas ao frio. Em todos esses episódios houve um aumento bem significativo. Os sintomas variam, mas geralmente são febre, dificuldade para respirar, congestão nasal, olhos vermelhos e espirros. A tosse e a tosse são o que geralmente chama mais atenção dos pais e faz com que eles procurem um médico – afirma o pediatra.


A espera e casos que não param de chegar

O PA do Patronato, com um espaço para atendimento adulto e outro para crianças, agora centraliza os serviços em uma parte. Desde o início das enchentes de maio, o Pronto-Atendimento Infantil está fechado devido a problemas estruturais em decorrência da chuva. Problemas no gesso do teto fizeram com que o local fosse interditado, sem previsão para ser normalizado. Entre às 10h e o meio-dia, cerca de 25 adultos e crianças esperavam na sala de espera, entre entradas e saídas. Quem aguardava o atendimento, conta que a triagem foi feita sem demora. Já o atendimento fez com que o tempo de espera chegasse em quase duas horas. Conforme a administração do local, diariamente, seis médicos atendem 24 horas no PA, quatro gerais e dois pediatras.

O Pronto-Atendimento Infantil (foto) está interditado desde maio por problemas estruturais

A projetista Tamara Meith, 34 anos, chegou por volta das 9h45min, e duas horas depois, próximo das 11h30min, ainda aguardava o atendimento. Ela estava acompanhada dos filhos Breno, 5 anos, e Lucca, 3, que apresentaram secreção, febre e dor de garganta pela manhã. Com a falta de fome e a permanência dos sintomas, procurou atendimento médico para evitar complicações. Conforme Tamara, a passagem pela triagem foi rápida, e o tempo maior de espera tem sido no aguardo pelo atendimento:

– Hoje, acordaram sem querer comer e se queixando bastante. Então, viemos procurar recursos porque só o remedinho em casa não estava resolvendo. Aqui, a triagem foi rápida, agora estamos aguardando atendimento.

Tamara com os filhos Lucca e Breno

O pediatra Douglas explica que, em geral, os pacientes são medicados e encaminhados para casa. Os casos mais graves ficam nos leitos de observação do PA. Na ala infantil, nove crianças estavam internadas, sete delas por problemas em decorrência da gripe. Emanuel, de 4 anos, está internado desde a segunda-feira (2) para tratar uma inflamação causada pela sinusite. Conforme a mãe Chaiane Lima, 25, que acompanhava o filho, a condição foi uma consequência da gripe. Ele começou com os sintomas na semana passada, mas a situação se agravou e precisou de acompanhamento médico periódico.

– Depois de dias ruins, no sábado ele ficou bem para baixo, não queria comer nada. Nos primeiros dias tratamos com remédios para gripe, mas piorou. Ele está com uma inflamação no ouvido que precisa ser tratada com mais cuidado, por isso vai ser transferido para o Hospital Casa de Saúde. Por isso, a importância de sempre estar atento – afirma.

Casos mais graves são encaminhados para os leitos de observação


Número total de atendimentos 

*conforme dados levantados pelo PA do Bairro Patronato

Maio de 2024 

  • Total de pacientes atendidos: 9.670
  • Total de pacientes com problemas respiratórios: 1.934 (20%)

Junho de 2024 

  • Total de pacientes atendidos: 9.933 
  • Total de pacientes com problemas respiratórios: 2.759 (27%)


Número de atendimentos em crianças

*conforme dados levantados pelo PA do Bairro Patronato

Maio de 2024 

  • Total de pacientes atendidos: 2.814
  • Total de pacientes com problemas respiratórios: 1.103 (39%)

Junho de 2024 

  • Total de pacientes atendidos: 3.375
  • Total de pacientes com problemas respiratórios: 1.692 (50%)


Falta de testagem para Influenza

Conforme o pediatra Douglas Dunsch, a falta de testes virais, como da Influenza, impede diagnósticos mais precisos. No PA do Patronato, as testagens são realizadas apenas em pacientes com maior gravidade.

– Não temos opção de testes para a grande maioria dos pacientes. Com isso, acabamos não tratando certos casos com medicamentos específicos, por exemplo, pela falta de uma confirmação. O tratamento é para todos, mas os testes não – explica. 

A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, explica que sim, é feita a testagem em determinadas situações. Porém, os testes não são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como o da Covid, por exemplo. "Assim, em determinadas situações, sobretudo os serviços da rede de urgência e emergência, solicitam o teste. No entanto, o fato de não ter o exame não implica que os médicos não prescrevam a medicação e da conduta médica."

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